sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Os sete pecados capitais

Os sete pecados capitais, mesmo não estando presentes na bíblia, tornaram-se bem difundidos entre cristãos, principalmente católicos. São classificações bem analisadas dos “vícios e tentações” do ser humano. Os sete pecados como os conhecemos são a gula, luxúria, preguiça, avareza, inveja, ira e orgulho (ou soberba).

História

Na época do cristianismo primitivo, um monge chamado Evágrio do Ponto saiu de Constantinopla e foi para um monastério no Egito. Lá, ele fez uma lista de tentações que considerou serem as mais perigosas para a alma humana.
Ele listou oito tentações: A gula, avareza, luxúria, ira, orgulho, vaidade, acidia (apatia) e tristitia (tristeza). Naquela época, não eram sete pecados capitais, e sim, oito. Essas oito tentações seriam conhecidas apenas por monges.
Séculos mais tarde, no ano 590, o Papa Gregório I analisou a lista de Evágrio. Ele diminuiu a quantidade de pecados de oito para sete, combinando a acidia e tristitia no pecado da preguiça, notando que a vaidade é uma forma de soberba e adicionando o pecado da inveja na lista. Por fim, ele mudou o nome de “tentações” para “pecados” e os intitulou como “capitais”. Depois desse ano em diante, os sete pecados tornaram-se conhecido tanto pelos sacerdotes da Igreja tanto para quem não era sacerdote.
Séculos mais tarde, Tomás de Aquino analisou os pecados capitais, construindo melhor os conceitos dos sete pecados capitais, e seus conceitos dos pecados são os da Igreja até nos dias de hoje.

Os Sete Pecados

Gula: A gula é o pecado ligado à comida, em comer e beber excessivamente, sem necessidade. Comer e beber são coisas que todo mundo gosta, além de serem necessidades físicas ao qual nosso corpo precisa, mas por que a gula é tida teologicamente como pecado? Pois se a pessoa pensar o tempo todo em comida, ela não terá tempo para Deus. A gula é tida como mortífera para a vida física e espiritual, segundo Gregório I.
É uma obsessão distorcida, onde a causa é a comida, onde a pessoa deixa de comer para viver e assa a viver para comer. Além disso, a gula é prejudicial fisicamente para o pecador, deixando o seu corpo “pútrido e corrompido”, afetando a saúde física.
Podemos considerar gula qualquer coisa que abusamos no consumo e se associem com o estado físico, como consumo de drogas também. No caso das drogas é diferente, pois o corpo da pessoa se perde nesta tentação ilícita e a faz querer mais.
Na Idade Média, era também tido como gula: comer demais, comer fora de hora e também querer que sua comida fosse feita de um modo muito preciso ou exigente, querendo que ela fosse preparada “daquele jeitinho”, pois isso era valorizar demais a comida.
A gula é um pecado fácil de cometer, e uns dos que mais estão presentes na vida do ser humano. Considero a gula como um pecado vicioso, pois mesmo a pessoa sabendo que comer e beber em grandes porções não lhe faz bem, a pessoa continua tentada a praticar este pecado.

Luxúria: Luxúria, o mais sedutor e atraente dos pecados. O desejo sexual é algo que existe em cada pessoa, afinal, que homem não resiste a uma mulher de decote “generoso” e que mulher não resiste a um homem com “barriga de tanquinho”? Pois é, é o pecado da luxúria querendo se manifestar.
Sexo em excesso faz mal para a mente da pessoa, como por exemplo, um homem casado que pensa muito em sexo pode acabar traindo sua esposa. Pensar demais em ter atos sexuais, teologicamente, pode ser o “primeiro passo” para outros atos imorais e proibidos por Deus, como a prostituição, adultério, cobiçar o companheiro do próximo, estupro, incesto e a sodomia. Incrivelmente a luxúria pode gerar atos mais hediondos, como a pedofilia e zoofilia.
Considero um dos mais tentadores pecados, e um dos mais difíceis de enfrentar, pois a luxúria esfomeia o desejo carnal da pessoa, ataca a carne dela, despertando uma de suas vontades primitivas mais resistentes: a vontade de fazer sexo.

Avareza: A avareza é um pecado que põe preço em tudo. Desejo voraz de obter riquezas materiais. É o pecado que mais corrompe o caráter do homem, e o que alimenta a corrupção, roubo, usura e o simples acúmulo desnecessário de bens. As riquezas do avaro o controlam de vez dele ter controle sobre suas riquezas.
De certa forma, a prodigalidade é ligada com a avareza, pois o pródigo também é cobiçado por riquezas. A diferença é que o pródigo é consumista, o avarento pretende acumular riquezas.
Um pecado bem comum no cotidiano e na sociedade, afinal, o dinheiro é algo qual compra muitas coisas, e muitas pessoas acham que o dinheiro é capaz de comprar tudo. Lembrando que a falta de melhoras na humanidade é por grande parte culpa dos avaros.

Ira: O mais mortífero pecado, aquele que mata. Ato incontrolável de vingança, recentimento, se enraivecer descontroladamente. As consequências podem custar caro, como adverte o mandamento de “Não matarás”. Mas apenas ficar irritado é pecado? Depende; se a ira levar a crueldade, violência e brutalidades, então ela é um pecado. Mas se for uma emoção sentida pelo indivíduo e não haver consequências, mesmo que seja muita raiva, ela não será pecaminosa.
Dar-lhe com a ira é algo bem difícil, pois quando a pessoa mergulha-se em ira, isso pode gerar atos de fúria frenética e uma raiva bastante radical.

Inveja: Pecado de querer o que os outros têm. Inveja é o desejo doentio de querer ter algo de outra pessoa para si mesmo ou querer o outro não tenha. Ela te faz se ressentir com uma coisa que os outros tenham e você não, se obcecando com isso, ficando uma coisa do tipo “Você tem isso e eu não tenho, te odeio por isso”, independente desta coisa ser material, prestígio, um cargo, um alvo amoroso, etc.
Falar da inveja gera desconforto até para os invejosos, inclusive pelo fato da pessoa notar sua inveja. Um pecado corrosivo para a alma, sufocando o pecador em seu próprio desejo egoísta. Um exemplo da inveja são ocorrências de vandalismo, pois o vandalismo muitas vezes acontece para que a pessoa não tenha o que o invejoso não tem. Inveja gera também ciúme (um mais obcessivo e menos saudável do que aquele que conhecemos) e sentimento de egoísmo.
Uns dos pecados mais difíceis de confrontar, pois o invejoso fica fissurado pelo o que deseja, tornando-se um vício patológico para sua mente e venenoso para sua alma.

Preguiça: O mais insidioso entre os sete pecados. Quando ouvimos falar da preguiça, os sinônimos que pensamos para ela são aversão ao trabalho e esforço, vagabundagem e indolência; mas não são os seus únicos significados. Originalmente, a preguiça não era um pecado, e sim, dois: Acidia, que é apatia, e Tristitia, a tristeza.
Este pecado acaba com a auto-estima do indivíduo, cria em si mesmo um sentido de autopiedade, fazendo com que a pessoa acabe gerando sua própria infelicidade. Ou seja, seguindo este pensamento, repulso pelo trabalho não é o único significado para preguiça. Ter medo de tentar, se esforçar e acabar se prejudicando espiritualmente por isso também é tido como preguiça, onde a pessoa pode chegar ao ponto de se atolar no fracasso de propósito e se tornar infeliz por conta própria.
Na minha particular opinião, a preguiça é o mais difícil pecado para ser descrito, além de ser um dos mais mortais dos pecados.

Soberba: O mais perigoso de todos os pecados, o mais mortal. Soberba é arrogância, prepotência, ostentação e senso exagerado da própria importância. Na visão religiosa, a soberba faz a pessoa sentir-se como se não precisasse de Deus, e isso torna a soberba o principal pecado capital.
Evágrio separava a soberba com mais um pecado, a vaidade. Vaidade é uma forma de egocentrismo, desvalorizando outras pessoas apenas para se dizer o quanto é bonita ou atraente, em outras palavras, narcisismo. O soberbo se importa apenas consigo mesmo, é o pecado da auto-suficiência, onde a pessoa precisa apenas dela mesma, inflamando o próprio ego com sua própria idolatria.
Para alma, a soberba é a tentação mais letal, e um pecado muito difícil de se dar, ainda mais pelo próprio soberbo não se ver como arrogante, não vendo o defeito do seu amor próprio excessivo.

Sete Virtudes

As sete virtudes são os opostos dos sete pecados capitais, sendo eles:

Castidade (oposto da luxúria): Controle sexual, castidade e pureza.
Generosidade (oposto da avareza): Desprendimento, largueza e solidariedade.
Temperança (oposto da gula): Autocontrole e moderação.
Diligência (oposto da preguiça): Decisão, esforço, trabalho e objetividade.
Paciência (oposto da ira): Serenidade, paz e tolerância.
Caridade (oposto da inveja): Auto-satisfação, compaixão sem causar prejuízos.
Humildade (oposto da soberba): Modéstia e respeito com o próximo.

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