Malleus Maleficarum (O Martelo das Bruxas, em português), usado para "esmagar as bruxas", dando base de como processar, torturar e matá-las. Explicava que as bruxas deveriam ser condenadas e mortas, e explicava bem ao leitor sobre bruxaria, dando sentido à este fenômeno. Identifica as bruxas, como praticam seus feitiços e pragas.
Vendeu a imagem de bruxas como pessoas desumanas: Feitiçeiras, canibais, adúlteras, praticantes de infanticídio e demonolatria... Até a própria linguagem em que o livro foi escrito demonstra essa imagem...
Foi escrito em 1485 ou 1486, por Heinrich Kreamer (que era inquisidor) e a co-autoria de James Sprenger, que via as bruxas como "um mal que devia ser eliminado".
Até a publicação do livro, até os crentes em bruxas questionavam como elas obtinham seus poderes. As bruxas eram vistas como apenas heréticas pagãs, e o Martelo das Bruxas mudou a imagem delas de pagãs para satanistas. O livro diz que elas eram cúmplices do demônio, e assim obtinham poderes.
A explicação do porque elas devem ser exterminadas é meio apocalítca, como se elas fossem um sinal do fim dos tempos.
Para alguns, o impulso do livro ser escrito não foi o ódio por bruxas, e sim, algo mais significativo: A sexualidade. A luxúria feminina é descrita pelo livro como "um portal para Satanás" (Kreamer analisou as mulheres como mais emotivas e o homem, e isso ajuda elas a serem manipuladas por Satã). Foram descritar por motivadas por fraquezas e luxúria, ferramentas do Diabo.
Passou por muitas adições, lido por milhares de pessoas, e os céticos sobre bruxas passaram a crer nelas.
A leitura generaliza as bruxas como quase todas sendo mulheres, e sedutoras provocadoras do adultério. O alvo preferido do Diabo, segundo o livro, são as mulheres fracas, sendo elas mais sucetíveis a sua influência.
As pessoas mais acusadas de serem bruxas foram mulheres camponesas: Algumas eram estranhadas por usarem medicina por meio dos seus conhecimentos sobre plantas, outras conjuravam o sobrenatural, e outras tinham problemas mentais.
Kreamer chegou até a subornar o Papa para que sua obra se expalhasse. O sucesso desse livro não foi devido ao fanatismo religioso da época, e sim, por um mestre da manipulação. Fez todo o possível para isso. Quando foi concluído, ainda faltava a aprovação, e sem ela, o livro não seria publicado. Dizem que ele chegou a falsificar a assinatura dos acadêmicos que decidiam a aprovação.Ele sabia o esquema da tecnologia de impressão da época, e isso pode ter o ajudado a publicar seus exemplares.
O livro se divide em três partes: A primeira parte afirma filosóficamente a existência das bruxas, a segunda mostra como as identificar, e a terceira é um manual jurídico, que fala sobre julgar, condenar e por fim instituir a pena de morte sobre elas. Era um livro sistemático sobre a caçar e matar as praticantes de feitiçaria.
No século XVII, o livro se expalhou pela Europa como uma epidemia, sendo usado como guia da caça às bruxas; com o tempo, ele acabou chegando ao Novo Mundo. Esse livro gera um fanatismo que assola a Europa com execuções de várias bruxas e "bruxas".
No Novo Mundo, o Malleus Maleficarum foi usado pelos inquisidores no famoso caso das Bruxas de Salém. Muitas pessoas eram acusadas, e cerca de 150 pessoas são executadas em Salém em um ano. Até mesmo moradores respeitados foram exceção.
Comparo Kreamer com Nero e Hitler, pois assim como a propaganda de Nero contra os cristãos e Hitler em publicar o Mein Kampf (a "bíblia nazista"), Kreamer foi o culpado da morte de centenas de pessoas acusadas inocentemente, a maioria mulheres [Além de ser praticamente um monstro, isso foi covarde da parte dele].
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