sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Maldição de Jacques DeMolay


Antes de tudo, Jacques DeMolay é o nome do último grão-mestre que teve na Ordem dos Templários, também chamada de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.

Os templários eram enriquecidos e prósperos, tendo inclusive líderes respeitados até mesmo por reis europeus. Em 1305, o rei francês Filipe/Felipe (ou Felipe IV), o Belo, atento ao imenso poder que teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e Hospitalários, conseguindo um titular controle, procurou agir assim. Sem sucesso em seu arrebatamento de poder, Felipe reconheceu que deveria destruir as ordens, a fim de impedir qualquer aumento de poder do Sumo Pontificado, pois as ordens eram ligadas apenas à Igreja.

A acusação que o Filipe fez contra Jacques e os templários de origem francesa fez com que eles fossem presos, iniciando sete anos de celas úmidas e frias e torturas desumanas e cruéis para DeMolay e seus cavaleiros. Felipe forçou o Papa Clemente V a apoiar a condenação da Ordem, e todas as propriedades e riquezas foram transferidas para outros donos. O rei forçou DeMolay a trair os outros líderes da Ordem e descobrir onde todas as propriedades e os fundos poderiam ser encontrados. Apesar do cavalete e outras torturas, DeMolay recusou-se. Jacques foi cruelmente torturado durante os anos em que ficou encarcerado.

Jacques DeMolay e outros Templários, foram mantidos presos como acusados e não como culpados. Estes anos de torturas, fome e solidão, foram levando o já ancião Grão-Mestre da Ordem dos Templários, à loucura. Após estes sete anos de torturas, o desespero foi tomando conta de suas almas, e DeMolay finalmente confessou que os Templários eram hereges. Após esta "confissão", DeMolay e outros três dignatários da Ordem foram levados a julgamento. Dentre estes, o preceptor da Normandia, Godofredo de Charnay, foi o primeiro a reconhecer e abraçar o velho Grão-Mestre, devolvendo as forças à DeMolay.

Finalmente, em 18 de março de 1314, uma comissão especial, que havia sido nomeada pelo Papa Clemente V, a Inquisição, reuniu-se em Paris para determinar o destino de DeMolay e três de seus preceptores na Ordem: Guy D'Auvergnie, Godofredo de Goneville e Hughes de Pairaud. E qual não foi a surpresa dos bispos e cardeais que compunham a comissão de julgamento ao vê-lo após submetido a inúmeras torturas e já com 72 anos de idade, reunir forças para gritar em alta voz a sua inocência. Entre a evidência que os comissários leram, encontrava-se uma confissão forjada de Jacques DeMolay há seis anos passados.


Os quatro acusados foram levados em uma carroça aberta diante da catedral de Notre Dame. Durante a passagem da carroça, a multidão se juntava, e ouvia-se gritos de acusações, porém a maior parte da população assistia em silêncio.

Ao anoitecer do dia 18 de março de 1314, quando os sinos da Catedral de Notre Dame tocavam, destaca-se do grupo de carrascos a figura de um homem com um negro capuz. Curva-se e lança o fogo à pilha de lenha que rapidamente se inflama e se converte num manto de chamas impiedosas. Jacques DeMolay e seu companheiro Guy D'Auvergnie foram queimados vivos amarrados em colunas e cercados de troncos embebidos em líquidos inflamáveis, numa pequena ilha do rio Sena - Ilha dos Judeus -, entre os jardins do palácio real e a Igreja dos Irmãos Eremitas.

E neste trágico momento se escuta uma voz, a voz de Jacques DeMolay, que grita intimando aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, e amaldiçoando os descendentes do Rei da França Filipe, o Belo:

" NEKAN, ADONAI !!! CHOL-BEGOAL!!! PAPA CLEMENTE... CAVALEIRO GUILHERME DE NOGARET... REI FILIPE: INTIMO-OS A COMPARECER PERANTE AO TRIBUNAL DE DEUS DENTRO DE UM ANO PARA RECEBEREM O JUSTO CASTIGO. MALDITOS! MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ A DÉCIMA TERCEIRA GERAÇÃO DE VOSSAS RAÇAS!!!"


No mesmo ano, 1314, morreram Clemente V, Guilherme de Nogaret e Felipe IV.

Filipe, o Belo, sucumbiu a uma apoplexia cerebral em uma zona não motora (segundo documentos e relatos). A afasia do início pode ter sido devido a uma lesão na região da base do crânio. Teve sua recaída mortal por volta de 26 de novembro, vindo a falecer em 29 de novembro de 1314.

Clemente V foi morto em 30 de abril de 1314 em Roquemaure, na Provença, por ingerir esmeraldas reduzidas a pó (para curar sua febre e um ataque de angústia e sofrimento), que provavelmente cortaram seus intestinos. O remédio foi receitado por médicos desconhecidos.
Guilherme de Nogaret morreu vomitando sangue, com câimbras, gritando o nome dos que morreram por suas mãos.

Os executores de Jacques DeMolay: Clemente V (nascido Bertrand de Gouth), Guilherme de Nogaret e Felipe IV, O Belo.

2 comentários: